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Casino Royale – Tudo Sobre o Primeiro Livro de James Bond

“Às três da madrugada, a atmosfera de um cassino está impregnada com um odor de fumaça e suor. É quando o jogo alto desperta cobiça, medo e tensão, emoções que corroem as almas e entorpecem os sentidos dos jogadores.” Assim nascia Casino Royale, primeiro livro de James Bond, lançado há 72 anos.

O Nascimento de James Bond em Casino Royale

Escrito por Ian Fleming e publicado originalmente no Reino Unido no dia 13 de abril de 1953 pela editora inglesa Jonathan Cape, Casino Royale apresentava ao mundo, pela primeira vez, James Bond — o agente secreto 007 com licença para matar.

A primeira edição do livro teve uma tiragem de 4.728 exemplares e se esgotou em apenas um mês. Impulsionado pelo sucesso inicial, Fleming passou a lançar um novo livro do personagem a cada ano, até sua morte em 1964.

Foi em Casino Royale que 007 pronuncia pela primeira vez a clássica frase: “Bond… James Bond”, além de revelar a receita de seu icônico martíni, batizado de “Vesper” — uma homenagem à primeira Bond Girl, Vesper Lynd. O livro também narra como Bond conquistou o status de “duplo zero”, que lhe garante a licença para matar.

Primeiras Edições no Reino Unido e Estados Unidos

Nos Estados Unidos, Casino Royale foi publicado em março do ano seguinte. Com uma tiragem inicial de 4 mil exemplares, o livro teve vendas fracas na América do Norte, o que levou a editora a relançá-lo, em 1955, com um novo título. Ignorando as sugestões do próprio Fleming (The Double-O Agent ou The Deadly Gamble), a Popular Library reeditou a obra com o título You Asked For It, rebatizando James Bond como “Jimmy Bond”.

Lançamento de Casino Royale no Brasil

No Brasil, Casino Royale foi lançado originalmente em 1965 pela editora Civilização Brasileira S.A., com o título Cassino Royale. Mais de 30 anos depois, em 1999, a obra ganhou uma nova edição pela editora L&PM. Nos anos seguintes, o Grupo Editorial Record relançou o romance em dois momentos distintos: em 2006, para coincidir com a estreia do filme homônimo, e novamente em 2012.

Inspirada na capa original — decorada com corações que imitavam o nove de copas e desenhada pelo próprio Ian Fleming —, a editora britânica Vintage Classics relançou Casino Royale em 2012, desta vez com um prefácio assinado pelo renomado escritor Alan Judd. No mesmo ano, a Vintage Classics, subsidiária do grupo inglês The Random House, passou a deter os direitos de distribuição dos livros de Ian Fleming pelos dez anos seguintes, sob licença da Ian Fleming Publications.

Ian Fleming e a Criação de um Ícone Literário

Até hoje, os romances de Ian Fleming já venderam mais de 60 milhões de cópias em todo o mundo e continuam a servir de inspiração para a mais longa franquia cinematográfica da história — com mais de cinco décadas de sucesso ininterrupto.

Casino Royale chegou às telas em três momentos distintos. A primeira adaptação ocorreu em 1954, em um especial para a televisão americana, com o ator Barry Nelson interpretando “Jimmy Bond”. Em 1967, a obra foi transformada em uma comédia estrelada por David Niven no papel de James Bond. Por fim, em 2006, o livro ganhou sua versão mais fiel, com Daniel Craig fazendo sua estreia como 007 no filme 007 – Cassino Royale.

A Trama de Casino Royale: Resumo do Livro

Em Casino Royale, a missão de James Bond é derrotar Le Chiffre, o falido tesoureiro de um sindicato controlado pela SMERSH, em um jogo de altas apostas de baccarat no cassino da cidade fictícia de Les Eaux, no norte da França. Disfarçado como um bem-sucedido jamaicano, Bond conta com o apoio de “M”, que designa Vesper Lynd como sua assistente. A Deuxième Bureau francesa e a inteligência americana também enviam agentes para observar a operação, mas o jogo logo se transforma em um confronto direto e intenso entre Le Chiffre e Bond.

Le Chiffre vence a primeira rodada e quebra a banca de Bond. Sem dinheiro para continuar apostando, Bond recebe a ajuda do agente da CIA Felix Leiter, que lhe entrega um envelope com 32 milhões de francos. O jogo prossegue, apesar das tentativas de um capanga de Le Chiffre de assassinar 007 — tentativas que falham. No final, Bond consegue vencer e ganha 80 milhões de francos, pertencentes à organização criminosa.

Desesperado para recuperar o dinheiro, Le Chiffre sequestra Vesper e submete Bond a uma tortura brutal, ameaçando matá-los caso ele não entregue a quantia. Antes que cumpra sua ameaça, no entanto, um agente da SMERSH elimina Le Chiffre, punindo-o por ter perdido o dinheiro da organização. Após se recuperar da tortura, Bond se aproxima de Vesper e chega a considerar abandonar o Serviço Secreto Britânico. No entanto, acaba descobrindo que Vesper Lynd era, na verdade, uma agente dupla.

Fascinado pelo mundo da espionagem e pelo baccarat, Ian Fleming criou um personagem que representasse uma versão idealizada de si mesmo: um agente do Serviço Secreto Britânico, com sorte nos jogos e com as mulheres.

Para dar nome ao seu herói, o autor se inspirou em um livro que estava lendo durante as férias na Jamaica, intitulado Birds of the West Indies, escrito por um ornitólogo chamado James Bond.

Capas Icônicas ao Redor do Mundo

A seguir, você confere algumas das capas das edições de Casino Royale lançadas ao redor do mundo — incluindo as quatro versões já publicadas no Brasil.

 

Adaptações de Casino Royale para as Telas

Casino Royale foi a primeira adaptação da obra de Ian Fleming e marcou a estreia do personagem James Bond nas telas, integrando a antologia televisiva Climax!, apresentada por William Lundigan. O episódio foi exibido pela primeira vez em 21 de outubro de 1954, na emissora americana CBS, com Barry Nelson, Peter Lorre e Linda Christian nos papéis principais.

Barry Nelson e Linda Christian em Casino Royale, de 1954 © CBS Television Network

Na época, a rede CBS adquiriu os direitos de adaptação do livro por cerca de US$ 1.000. Embora a história tenha sido inspirada na obra original de Fleming, a produção fez algumas adaptações significativas: Barry Nelson interpretou Bond como um agente norte-americano da “Inteligência Combinada” e foi chamado de “Jimmy Bond”, em vez do tradicional “James Bond”.

Confira um trecho abaixo:

A paródia de 1967 com Peter Sellers

Com um elenco estelar e trilha sonora composta por ninguém menos que o lendário Burt Bacharach, a paródia Casino Royale de 1967 teve cinco diretores, responsáveis por diferentes segmentos do filme. A música “The Look of Love”, interpretada por Dusty Springfield, foi indicada ao Oscar de Melhor Canção Original naquele ano.

Na trama, as coisas estavam decididamente tristes para a Inteligência Britânica. A SMERSH começou a sabotar a estabilidade global e nada menos do que 11 agentes foram abatidos. Para piorar as coisas, seu maior agente, 007, está desfrutando de sua aposentadoria. “M”, juntamente com os chefões da CIA e da KGB, só tem uma esperança: trazer de volta Sir James Bond (David Niven) da aposentadoria, e colocá-lo novamente em ação.

Peter Sellers e Ursula Andress em Casino Royale, de 1967 © Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc.

Tendo que enfrentar problemas como agentes que se impressionam com mulheres bonitas, um ilusionista (Orson Welles) e um megalomaníaco (Woody Allen), Bond elabora um plano brilhante: “De agora em diante, todos os agentes serão chamados de James Bond, incluindo as garotas.”

O especialista em Baccarat, Evelyn Tremble (Peter Sellers), é escolhido para penetrar no coração da conspiração, mas primeiro ele tem que frequentar a escola de treinamento para James Bond. Com uma trama quase surrealista e um elenco estelar, o Casino Royale de 1967 não passa de uma paródia da franquia, mas que garante diversão pura.

Confira o trailer:

A versão definitiva com Daniel Craig

Após décadas de luta na justiça, finalmente em 1999 a EON Productions conseguiu os direitos para refilmar Casino Royale, lançado oficialmente em 2006, com roteiro escrito por Robert Wade, Neal Purvis e Paul Haggis.

Com a saída de Pierce Brosnan no papel de Bond em 2004, Martin Campbell (que já havia dirigido Brosnan em 007 Contra GoldenEye) foi anunciado como diretor de 007 – Cassino Royale., em fevereiro de 2005. Naquele ano, a Sony liderou um consórcio que comprou a MGM, permitindo que ela ganhasse os direitos de distribuição da franquia.

007 - Cassino Royale
007 – Cassino Royale © 2006 Danjaq LLC, United Artists Corporation, Columbia Pictures Industries Inc.

A EON admitiu o uso excessivo de efeitos criados por computação gráfica nos últimos filmes, particularmente em 007 – Um Novo Dia Para Morrer, e demonstraram o desejo de realizar Casino Royale à moda antiga. Mantendo o desejo de mais realismo, os roteiristas queriam que o roteiro fosse o mais fiel possível ao livro de 1953, mantendo a história sombria de Fleming e a caracterização de Bond, e em virtude disso, Pierce Brosnan já não se encaixava mais no que a franquia estava buscando.

Foi então em 14 de outubro de 2005 que Daniel Craig foi anunciado oficialmente como o sexto ator a interpretar James Bond.

O Reboot da Franquia com Daniel Craig

O filme de 2006 marcou o reinício (reboot) da franquia, estabelecendo uma nova linha do tempo e um narrativa feita para não preceder ou suceder qualquer um dos filmes anteriores da série. Isto permitiu que o filme mostrasse um Bond menos experiente e mais vulnerável, e assim, pela primeira vez na série, a personagem de Miss Moneypenny não aparece.

A escolha de elenco do filme envolveu uma enorme busca para encontrar um novo ator para interpretar James Bond, e uma significativa controvérsia em volta de Craig quando ele foi escolhido para suceder Brosnan. Foi aclamado pela crítica, com muitos elogiando particularmente o desempenho e a credibilidade de Daniel Craig no papel, e até hoje foi um dos filmes de maior sucesso da franquia e o preferido de muitos fãs.

Com locações na República Checa, nas Bahamas, Itália e Reino Unido, 007 – Cassino Royale também contou no elenco com Judi Dench, Madds Mikkelsen, Eva Green, Caterina MurinoJeffrey Wright e Giancarlo Giannini.

Foi produzido pela EON Productions para a Metro-Goldwyn-Mayer e a Columbia Pictures, sendo o primeiro filme de Bond a ser co-produzido pela Columbia/Sony Pictures.

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